domingo, 20 de maio de 2012

Comunicação corporativa: estratégias que vão além de momentos de crise

André Bürger, Christina Lima e Priscila Duarte


O fortalecimento do mercado de comunicação corporativa no Brasil dispõe de muitos caminhos. Um deles valoriza a união de seus membros por meio de entidades representativas como a Associação Brasileira das Agências de Comunicação (Abracom), que em abril completou 10 anos de atividades; a Associação Brasileira de Pesquisadores de Comunicação Organizacional e Relações Públicas (Abrapcorp), que contribui com um viés mais acadêmico; e a Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (Aberje), que organiza uma cobiçada premiação na área, o Prêmio Aberje.
Acreditamos que outra maneira valiosa de amadurecer o setor é fazendo as informações, as opiniões e o conhecimento de seus indivíduos circularem na web no formato de reportagens, entrevistas, vídeos, pesquisas e livros. Em quatro anos, o Nós da Comunicação abriu espaço para muitos e variados olhares.
A comunicação interna é a área da empresa responsável por promover e incentivar a fluidez das informações dentro da organização, criando uma conexão entre funcionários e, com isso, maior engajamento. Acompanhamos de perto as tendências do setor, além das preocupações de alguns profissionais. Em março, o gerente de comunicação na Unilever e professor universitário, Bruno Carramenha abordou os métodos de mensuração de resultados utilizados por algumas empresas e deu dicas sobre esse trabalho.  
     
Estivemos em eventos e cursos, como o de extensão em Comunicação Interna, promovido pela Fundação Getulio Vargas e ministrado pela jornalista Cristina Mello, ex-gerente de comunicação da Vale e a da BASF. As aulas produziram uma série de matérias, como o artigo de Lissandra Torres, que comentou a abordagem dada no curso aos canais de comunicação e redes sociais digitais. 
 
Também divulgamos pesquisas e publicações como o 'Mapa da Comunicação Brasileira 2011', uma análise realizada pelo Instituto FSB Pesquisa, que estudou o perfil do comunicador contemporâneo e a área de comunicação interna nas empresas. O documento traz um panorama da evolução da comunicação organizacional e opiniões de 100 gestores de órgãos públicos brasileiros, empresas privadas nacionais e de capital estrangeiro. 
 
Na área Multimídia, consultamos profissionais em nosso programa 'Desenrola!'. Paulo Clemen, diretor de Atendimento e Planejamento da agência Casa do Cliente deu a sua definição para a questão: O que é Comunicação Interna? Já Virgínio Sanches, superintendente de comunicação corporativa da Unimed-Rio, respondeu à pergunta 'O que é comunicação estratégica?'.  Para discutir o ROI na Comunicação, convidamos Rafael Sampaio, vice-presidente executivo da Associação Brasileira de Anunciantes (ABA). Gislaine Rossetti, diretora de Comunicação Corporativa da BASF, dá a sua definição para a comunicação corporativa.
   
É também nos momentos de crise que as organizações têm a possibilidade de solidificar sua imagem perante os públicos de interesse. São cenários únicos de construção ou reconstrução da marca que não podem ser desperdiçados. Em recente artigo, Carlos Victor Costa, diretor da consultoria de social media espanhola Territorio Creativo, citou a questão da transparência como característica fundamental na comunicação de uma organização, instituição ou mesmo personalidade pública.

O executivo deu como exemplo a recente viagem do rei Juan Carlos I da Espanha, que não foi comunicada oficialmente. A população do país e, do mundo, só tomou conhecimento de sua estadia na África, após um acidente enquanto caçava elefantes. Costa ressaltou ainda a falta de tato do monarca ao marcar uma viagem que gerou grandes despesas em um momento de crise e desemprego na Espanha.
Entretanto, estratégias de comunicação contra crises não devem ser elaboradas apenas para casos pontuais. Sandra Maia, autora do livro "O Negócio da Comunicação - Do conceito à ação" (Qualitymark, 2011), defende um trabalho de continuidade para a área, mesmo quando há mudanças na direção da empresa. Para a especialista em marketing, o tema está diretamente ligado ao planejamento estratégico da comunicação.
Além disso, como lembrou Carlos Parente, autor do livro 'Comunicação além do briefing' (Ed. Lazuli, 2011), é fundamental para uma organização estabelecer canais sólidos de relacionamento com todos os seus stakeholders. "É preciso estar ligado de forma integrada. A comunicação só tem sentido se estiver a favor de um direcionamento mais amplo. 

Como criar campanhas virais


Marketing viral

Em 1998 a expressão Marketing Viral ganhou oficialmente o título de palavra do momento. No entanto, hoje em dia, ainda muitas pessoas não sabem o que ela significa e como o efeito viral pode ser alcançado por empresas e empreendedores. Para se ter uma ideia do potencial do Marketing Viral, em apenas uma  década, do final dos anos 90 até o fim dos anos 2000,  a quantidade de dinheiro circulando em torno do marketing viral nos EUA, saltou de alguns milhões de dólares para alguns bilhões de dólares.
Mas, embora a expressão marketing viral seja nova, o conceito por detrás dela não é.   Todo bom vendedor no decorrer da história tem se beneficiado da propaganda viral ou publicidade viral. Ela não difere muito da ideia de um bom boca a boca.  Por exemplo, alguém compra um produto, fala sobre ele para seus amigos, que fazem o mesmo com os amigos deles que por sua vez contam para seus amigos e assim por diante. Desta forma o vendedor acaba ganhando um enorme mercado sem gastar absolutamente nada com o marketing tradicional.
Mas a característica mais atraente do marketing viral é a sua velocidade. Nos últimos anos esta velocidade tem sido aumentada como a expansão do acesso a internet que tem catalisado e acelerado todo o processo. Antes, talvez uma boa campanha levasse alguns meses para  se tornar viral, hoje precisamos apenas de alguns minutos para que a mesma coisa aconteça.
O exemplo mais marcante deste potencial foi a expansão quase que explosiva do provedor de emails hotmail no final dos anos 90.  Criado em 1996 por   Sabeer Bhatia e Jack Smith, o hotmail alcançou 20.000 usuários no fim de seu primeiro mês. Em menos de 2 anos o serviço de email que hoje pertence a microsoft tinha conquistado mais de 12 milhões de usuários e aumentava este número em mais de 100.000 novos usuários por dia.  A novidade em tudo isto era a mensagem no fim de cada email postado pelo usuário hotmail “Get your free email at Hotmail” (“Obtenha o seu e-mail gratuito no Hotmail”).  Mas de lá para cá, pesquisadores desvendaram alguns dos segredos do marketing viral e separaram  6 aspectos fundamentais para o sucesso.

Os 6 passos para criar campanhas de marketing viral

1. O criador da campanha precisa entregar algum produto ou serviço de forma gratuita;
2. Para se tornar viral, a mensagem precisa ser transmitida de uma forma simples, rápida e prática. Para isto, a regra é quanto menos cliques melhor;
3. A produção do produto indicado precisa ser flexível, ou seja, a oferta do produto precisa satisfazer a demanda. Isto porque se a demanda exceder a oferta do produto ou serviço, o efeito será destrutivo para quem iniciou a campanha;
4. A campanha deve ser baseada em ideias que motivam as pessoas, algo que elas buscam na vida – dinheiro, felicidade, sucesso, amizade e assim será mais fácil de ser aceita etc.
5. A campanha precisa encorajar os espectadores a distribuir a mensagem entre seus contatos e conhecidos;
6. É preciso usar os recursos controlados por outros produtores de conteúdo, como a inserção de links em outros sites, ou mesmo a criação de conteúdo que pode ser facilmente vinculado em outros sites como vídeo, audio, e programas, assim enquanto os outros divulgam o trabalho deles acabam divulgando o seu trabalho em contrapartida.

Qual a diferença entre viral marketing e marketing tradicional.

O marketing viral se diferencia do marketing tradicional em dois grandes aspectos. Eles são, baixo custo e a possibilidade de rastreamento. Embora outros aspectos como imprevisibilidade também sejam característica dele, é  a capacidade de medição da interação entre clientes a verdadeira revolução. Anteriormente era possível saber quantas pessoas viram um comercial ou escutaram um anúncio, mas não se podia quantificar quantas delas compartilharam com amigos, qual a velocidade em que ele ocorreu, ou mesmo, se este compartilhamento foi positivo ou negativo. Hoje, com o auxílio das mídias sociais, redes sociais e aplicativos específicos, é possível saber quem curtiu ou não determinada campanha praticamente em tempo real. Enquanto o marketing tradicional depende do impacto que causa nos espectadores, o marketing viral  explora o desejo de comunicar presente em cada cliente e o potencializa para atingir outros clientes.
Outro aspecto importante e diferencial entre os dois tipos de marketing é quem fala para quem. Enquanto no marketing tradicional o vendedor fala por meio da propaganda e a massa de clientes simplesmente escuta, lê ou assiste o conteúdo, no marketing viral o espectador é a figura mais importante. No marketing viral, O foco é na conexão entre os clientes, os vínculos de amizade, parceria e conhecimento compartilhados entre eles. Eles falam entre si, sobre o produto e sobre as suas experiências com o produto, e assim divulgam os dois. Mas, existem alguns cuidados a serem tomados na hora de criar uma campanha viral para se ter mais resultados.

Especialistas sugerem algumas dicas na hora de criar campanhas virais, separamos algumas das mais relevantes:

1. Não engane o seu público, seja criativo, inovador e atraente;
2. Marketing viral  é sinônimo de marketing pessoal, precisa ser simples e atraente. A ideia é capturar a atenção da audiência nos primeiros 10 segundos;
3. Não use linguagem propagandista, como as que vemos em anúncios, a peça precisa ser ser relevante para a audiência, valar sobre o que importa pra eles;
4. Procure fazer algo autêntico
5. Na falta de verba, uma opção é apelar para as boas e velhas parodias, elas sempre funcionam e atraem a atenção.
6. O marketing Viral, é Ideal para produtos consumidos por impulso, sendo mais difícil de ser aplicado quando o objeto é muito caro, como: um carro, uma casa, etc.

Marketing viral não é spam

É bom não confundir marketing viral com spam. Os dois sistemas são bem diferentes e geram resultados bem diferentes também. Enquanto o spam é simplesmente uma mensagem enviada para milhões de pessoas. O Marketing para ser Viral precisa estar conectado a um serviço ou produto que o espectador pode testar ou provar. Isto porque as Pessoas enviam para suas conexões coisas que eles acreditam irão interessar e capturar a atenção deles. Um dos problemas nesta área, que dificulta a distinção entre marketing viral e spam é quando empresas pagam seus clientes para compartilhar publicidade entre amigos.”Envie para os seus amigos e ganhe um desconto de X R$” “Ganhe dinheiro enviando email, são apenas alguns exemplos”. Assim, está prática acaba dificultando a distinção entre estes dois  sistemas.