A questão da violência no Brasil envolve inúmeras variáveis, a desigualdade na distribuição da renda tem sido historicamente, um dos grandes entraves ao combate à exclusão. É devido à falta de educação, saúde, moradia, emprego entre outros fatores que a violência urbana se dissemina provocando várias mazelas a sociedade.
É preciso combinar políticas redistributivas estruturais, tais como: aceleração da educação, reforma agrária e acesso a crédito, que têm impacto de médio e longo prazo, com políticas redistributivas compensatórias que corrigem, temporariamente, as desigualdades a posteriori com impacto de curto prazo.
Através da mídia, especificamente dos programas policias, é que a violência toma grandes proporções e atingi um grande número de pessoas. Esse tipo de jornalismo serve para satisfazer as necessidades instintivas do público através de calunia e ridicularização das pessoas. A imprensa sensacionalista desvia o público de sua realidade imediata. Essa forma de fazer jornalismo transforma a dor e a desgraça alheia em um produto mercadológico que vem ganhando grandes dimensões no cenário nacional.
Os Programas Policiais apresentam-se como meios de comunicação que possuem ideologia, onde influenciam a população na compreensão do fenômeno da violência, a fim de adquirir audiência para efetivar seus interesses econômicos.
O que acontece com a cobertura jornalística, mesmo dos melhores jornais do país, é que eles correm atrás da notícia do crime já ocorrido, ou das ações policiais já executadas, mas tem pouca iniciativa e usa timidamente sua enorme capacidade para pautar um debate público consistente sobre o setor.
Parece haver, portanto, uma descontinuidade entre as críticas à situação da segurança pública no Brasil e, por conseguinte, à atuação das forças responsáveis por esta área, e a ausência de uma postura mais pró-ativa da imprensa no controle social das políticas e instituições públicas e na decisão de colocar em pauta questões estruturais para a segurança pública.