quinta-feira, 6 de maio de 2010

A violência no Brasil e os programas policiais

Por Poliana Lima


A questão da violência no Brasil envolve inúmeras variáveis, a
desigualdade na distribuição da renda tem sido historicamente, um dos grandes entraves ao combate à exclusão. É devido à falta de educação, saúde, moradia, emprego entre outros fatores que a violência urbana se dissemina provocando várias mazelas a sociedade.

É preciso combinar políticas redistributivas estruturais, tais como: aceleração da educação, reforma agrária e acesso a crédito, que têm impacto de médio e longo prazo, com políticas redistributivas compensatórias que corrigem, temporariamente, as desigualdades a posteriori com impacto de curto prazo.


Através da mídia, especificamente dos programas policias, é que a v
iolência toma grandes proporções e atingi um grande número de pessoas. Esse tipo de jornalismo serve para satisfazer as necessidades instintivas do público através de calunia e ridicularização das pessoas. A imprensa sensacionalista desvia o público de sua realidade imediata. Essa forma de fazer jornalismo transforma a dor e a desgraça alheia em um produto mercadológico que vem ganhando grandes dimensões no cenário nacional.

Os
Programas Policiais apresentam-se como meios de comunicação que possuem ideologia, onde influenciam a população na compreensão do fenômeno da violência, a fim de adquirir audiência para efetivar seus interesses econômicos.

A situação é igual em vários estados brasileiros. As afiliadas das grandes redes de televisão normalmente concentram em sua programação, programas popularescos que invocam a bestialidade e utilizam fatos reais para comoção do público.

O programa Fique Alerta em Alagoas surgi a partir do
crescimento desse segmento de programa, nele são veiculadas notícias relacionadas a assaltos, estupros, mortes, pessoas desaparecidas, onde o foco principal do programa é mostrar a desgraça alheia. O programa conta com um apresentador (Jeferson Morais) e quatro repórteres que são responsáveis pela cobertura das notícias.

A imprensa como um todo trabalha com a idéia de que o que é bom é o que o povo gosta. Boa parte da imprensa trabalha com o fato de que ocorrências policiais são um atrativo para o público e por isso dificilmente um crime deixa de ser noticiado. O que pudemos constatar na pesquisa realizada é que há uma repudia do público com relação ao conteúdo apresentado nesse programas. Muitos entrevistados questionaram o fato do programa se aproveitar da desgraça alheia para conseguir ibope.

O impacto causado pelas imagens veiculadas no programa na população é muito grande, visto de imagens de pessoas doentes, enfermas e cadáveres é mostrado em pleno horário de almoço, horário em que o programa é transmitido (12h35).

O que acontece com a cobertura jornalística, mesmo dos melhores jornais do país, é que eles correm atrás da notícia do crime já ocorrido, ou das ações policiais já executadas, mas tem pouca iniciativa e usa timidamente sua enorme capacidade para pautar um debate público consistente sobre o setor.

Parece haver, portanto, uma descontinuidade entre as críticas à situação da segurança pública no Brasil e, por conseguinte, à atuação das forças responsáveis por esta área, e a ausência de uma postura mais pró-ativa da imprensa no controle social das políticas e instituições públicas e na decisão de colocar em pauta questões estruturais para a segurança pública.

2 comentários:

  1. Percebe-se que depende um pouco de cada um para que o resultado seja satisfatório.. Estamos longe de uma comunicação de qualidade mas se os passos forem devidamente tomados consequentemente são os resultados alcançados

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  2. Concordo com você Tiago. Visto que nosso papel como comunicador é transmitir a notícia/fato de forma clara, não podemos nos apossar das histórias da pessoas para atingir audiência. É o que acontece com alguns problemas sensacionalistas, que utilizam a história alheia em busca de ibope.

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