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quinta-feira, 29 de dezembro de 2011
sábado, 24 de dezembro de 2011
terça-feira, 13 de dezembro de 2011
Comunicador estratégico
Márcia Neri - Correio Braziliense
12/12/2011 12:11
Com oportunidades de emprego tanto na área pública quanto na privada, além do terceiro setor, esse profissional cuida de ações de comunicação para organizações ou personalidades
Carlos Moura/CB/D.A Press |
Devemos ter contato direto com o setor administrativo, o RH, todos os segmentos de uma organização. É isso que garante subsídios para trabalharmos bem a imagem do cliente Flávio Schimidt, em entrevista à formanda Renata Delmara |
Criatividade, dinamismo, habilidade para lidar com grupos sociais diversos e capacidade de tomar decisões com rapidez são características desejáveis a um relações públicas. Também conhecido como RP, esse profissional é responsável por delinear, executar e avaliar ações estratégicas de comunicação para os clientes, sejam eles organizações ou personalidades do mundo político, esportivo ou artístico. Embora a profissão tenha sido regulamentada em meados da década de 1960 (Lei nº 5.377/67 e Decreto-Lei nº 860/69), há registros de que ela é exercida desde o início do século passado no Brasil. Ainda assim, existe uma certa confusão no ar. Em geral, a designação relações públicas soa familiar às pessoas, mas nem todas entendem exatamente o papel desse comunicador. O incômodo é sentido por estudantes, recém-formados e profissionais já experientes.
Para esclarecer as questões que rondam o universo de um RP, a universitária Renata Delmara conversou com Flávio Schimidt, presidente do Conselho Federal de Profissionais de Relações Públicas (Conferp). No encontro, a estudante, que está no último semestre do curso na Faculdade Anhanguera, ouviu de Flávio que a demanda pela profissão tem crescido nos últimos anos. Com a boa situação do Brasil no cenário econômico mundial, as perspectivas são as melhores possíveis.
Schimidt tem mais de 26 anos de experiência em comunicação social. Ele lembrou que os avanços em relação às leis de defesa do consumidor exigem investimento das empresas, que querem fortalecer a imagem perante o público, além de ganhar mercado. “A globalização gerou o aumento da procura por profissionais especialistas em relacionamentos. Podemos atuar tanto no governo quanto na iniciativa privada e no terceiro setor”, apontou. Flávio tem amplo conhecimento e experiência em comunicação interna, prevenção e administração de riscos e crises corporativas, pesquisa de imagem e relações governamentais. Quanto ao retorno financeiro da profissão, o presidente do Conferp garante que existe progresso de acordo com a experiência de cada um: “Não temos um piso salarial definido, mas a remuneração dos recém-formados varia de R$ 1,5 mil a R$ 2 mil. Depois de três anos no mercado, dependendo da evolução do RP, o salário pode ser bem convidativo, ultrapassando os R$ 8 mil. Um diretor da área ganha entre
R$ 15 mil e R$ 30 mil”.
Renata — O que faz um relações públicas?
Flávio — Somos responsáveis pela comunicação organizacional, seja ela interna ou externa, das empresas e instituições. Atuamos para formar e fortalecer a imagem de pessoas físicas também, tais como lideranças, empresários, esportistas, políticos. Nosso papel é sempre encontrar meios para consolidar uma posição do cliente em relação ao público que o cerca.
Renata — Que meios seriam esses?
Flávio — Devemos estar aptos a trabalhar a comunicação da organização, o que pode ser feito de forma global ou segmentada. Realizamos pesquisas de opinião pública, promovemos divulgação jornalística, elaboramos veículos internos, como boletins e vídeos institucionais. Somos ainda responsáveis por organizar a estrutura geral de eventos, redigimos e coordenamos cerimoniais e protocolos, intermediamos a criação de campanhas mercadológicas e administramos a interface com o consumidor final, entre outras coisas.
Renata — Qual é o perfil ideal desse profissional?
Flávio — É muito importante ter boa formação universitária porque isso facilita a aquisição de uma visão organizacional ampla. Também é fundamental se relacionar bem com colegas de outras áreas da comunicação, ou seja, saber lidar e trabalhar com jornalistas, profissionais de marketing e de assessoria de imprensa. Hoje, esses campos parecem estar misturados, mas, na verdade, o RP faz uma interface com eles. Devemos transitar e ter contato direto com o setor administrativo, o RH e todos os segmentos de uma organização. É isso que garante subsídios para trabalharmos bem a imagem do cliente.
Renata — Onde o RP pode atuar?
Flávio — Tanto em microempresas quanto em multinacionais de qualquer segmento. O RP tem formação organizacional, administrativa e política, e pode atuar onde há necessidade de comunicação — na rede hoteleira, no segmento industrial, nas áreas de turismo, de serviços e até na política. Em Brasília, pode-se atuar com parlamentares, lideranças e órgãos públicos. Aos poucos, os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário estão se conscientizando da importância dos RPs, disponibilizando vagas nos concursos para nossos profissionais.
Renata — É mais comum as agências de relações públicas serem contratadas pelas empresas privadas do que as organizações montarem sua própria equipe de RPs?
Flávio — Sem dúvida. No contexto econômico dos últimos anos, cujo quadro de pessoal é sempre enxuto, a operacionalização do trabalho geralmente é feita pelas agências. Algumas organizações têm equipes grandes e próprias, mas, ainda assim, como as agências se especializaram, são contratadas com frequência para trabalhos eventuais ou como terceirizadas para determinadas funções. Comunicação interna, relações governamentais, relacionamento com o cliente, solução de crises e publicação são áreas nas quais podemos atuar.
Renata — Qual é a área de atuação mais promissora?
Flávio — Vivemos um ótimo momento. No passado, nosso trabalho era feito por profissionais de outras áreas, mas o mercado percebeu que o RP estuda os relacionamentos a fundo e está valorizando essa habilidade cada dia mais. Podemos nos especializar dentro de um, dois ou mais segmentos da nossa profissão. Acho a comunicação interna muito atraente para quem está começando; a área de responsabilidade social e sustentabilidade também é. O recém-formado pode escolher uma e se aperfeiçoar. Ao longo da carreira, vai partindo para novos desafios. Sempre digo que o mais importante é não se limitar, não perder a visão global e estratégica que o RP deve ter.
Renata — Com os grandes eventos esportivos que o país sediará nos próximos anos, o RP pode ter mais oportunidades?
Flávio — O nicho esportivo é fantástico. A Copa do Mundo de futebol trará boas oportunidades. Não apenas pelos jogos, mas pelo próprio clima e planejamento que o evento envolve, assim como as Olimpíadas.
Renata — Que tipo de complemento pode contribuir para a formação de estudantes e de profissionais que já estão no mercado?
Flávio — É fundamental buscar cursos complementares para aprimorar o conhecimento. Eu me especializei em pesquisa e auditoria de opinião, comunicação interna e administração de crises. Quando um cliente demanda outros serviços, chamo parceiros para atuarem comigo. O RP deve estudar sempre, mesmo que seja por conta própria. É importante investir em livros e conhecimentos gerais relacionados à comunicação. Especialização e MBAs são fundamentais para o bom profissional. Hoje, as empresas consideram esses títulos praticamente obrigatórios quando selecionam alguém.
Renata — Qual é o maior desafio dessa profissão atualmente?
Flávio — São muitos, mas o maior é acreditar no trabalho que podemos realizar. A maioria dos RPs ocupa níveis gerenciais. Para chegar mais longe, é preciso ter bagagem, estudar sempre e estar a par das mudanças do mundo, ou seja, estar atualizado.
Renata — Ainda existe o estigma de que o RP não é valorizado?
Flávio — Eu acho que não somos conhecidos. Muitos empresários não sabem o que fazemos. Quando precisam de um relações públicas, nem sempre sabem que existe um profissional que estudou e atua para fazer esse tipo de comunicação. O Conferp está trabalhando para que os RPs sejam mais reconhecidos.
Renata — O relações públicas precisou adquirir uma nova postura diante das recentes tecnologias que são usadas também pela comunicação?
Flávio — Sem dúvida. Na verdade, acho que ainda estamos aprendendo a lidar com as redes sociais. Elas trouxeram uma dinâmica impressionante, mas ainda estamos treinando usá-las de maneira eficaz. Jornalistas, assessores de imprensa e publicitários também estão aprendendo. Hoje, mais divulgamos informações do que cuidamos efetivamente da imagem do cliente por meio desse tipo de comunicação. Ainda há muito a se aprender com essa e outras tecnologias.
Renata — Você acredita que optou pela profissão certa?
Flávio — Sim. Não me arrependo. Fiz um bom estágio e procurei trabalhar com profissionais que eram referência no país. Fui assistente de dois RPs muito gabaritados no Brasil e isso me deu conhecimento e segurança para atuar em uma holding e em uma agência internacional antes de abrir minha própria empresa.
Renata — Quantos profissionais existem no país?
Flávio — Acredito que formados há mais de 50 mil. Registrados no Conferp existem cerca de 9 mil.
Renata — Você lançou um livro este ano. Do que se trata?
Flávio — No decorrer da minha carreira, contribuí com capítulos para algumas publicações e passei a ter o hábito de produzir artigos que foram publicados na internet. No livro Do Ponto de Vista de Relações Públicas – razões muito mais fortes para você atuar no ambiente da comunicação, conto a minha experiência como profissional, o que testemunhei nos últimos anos e como os fatos foram trabalhados pelos RPs. O livro aborda os principais acontecimentos desde 1990, como o início da globalização e a internacionalização dos mercados, a globalização da comunicação, as mudanças econômicas, políticas, as eleições no Brasil na era Lula, o ataque terrorista às Torres Gêmeas e muito mais.
Perfis
Para esclarecer as questões que rondam o universo de um RP, a universitária Renata Delmara conversou com Flávio Schimidt, presidente do Conselho Federal de Profissionais de Relações Públicas (Conferp). No encontro, a estudante, que está no último semestre do curso na Faculdade Anhanguera, ouviu de Flávio que a demanda pela profissão tem crescido nos últimos anos. Com a boa situação do Brasil no cenário econômico mundial, as perspectivas são as melhores possíveis.
Schimidt tem mais de 26 anos de experiência em comunicação social. Ele lembrou que os avanços em relação às leis de defesa do consumidor exigem investimento das empresas, que querem fortalecer a imagem perante o público, além de ganhar mercado. “A globalização gerou o aumento da procura por profissionais especialistas em relacionamentos. Podemos atuar tanto no governo quanto na iniciativa privada e no terceiro setor”, apontou. Flávio tem amplo conhecimento e experiência em comunicação interna, prevenção e administração de riscos e crises corporativas, pesquisa de imagem e relações governamentais. Quanto ao retorno financeiro da profissão, o presidente do Conferp garante que existe progresso de acordo com a experiência de cada um: “Não temos um piso salarial definido, mas a remuneração dos recém-formados varia de R$ 1,5 mil a R$ 2 mil. Depois de três anos no mercado, dependendo da evolução do RP, o salário pode ser bem convidativo, ultrapassando os R$ 8 mil. Um diretor da área ganha entre
R$ 15 mil e R$ 30 mil”.
Renata — O que faz um relações públicas?
Flávio — Somos responsáveis pela comunicação organizacional, seja ela interna ou externa, das empresas e instituições. Atuamos para formar e fortalecer a imagem de pessoas físicas também, tais como lideranças, empresários, esportistas, políticos. Nosso papel é sempre encontrar meios para consolidar uma posição do cliente em relação ao público que o cerca.
Renata — Que meios seriam esses?
Flávio — Devemos estar aptos a trabalhar a comunicação da organização, o que pode ser feito de forma global ou segmentada. Realizamos pesquisas de opinião pública, promovemos divulgação jornalística, elaboramos veículos internos, como boletins e vídeos institucionais. Somos ainda responsáveis por organizar a estrutura geral de eventos, redigimos e coordenamos cerimoniais e protocolos, intermediamos a criação de campanhas mercadológicas e administramos a interface com o consumidor final, entre outras coisas.
Renata — Qual é o perfil ideal desse profissional?
Flávio — É muito importante ter boa formação universitária porque isso facilita a aquisição de uma visão organizacional ampla. Também é fundamental se relacionar bem com colegas de outras áreas da comunicação, ou seja, saber lidar e trabalhar com jornalistas, profissionais de marketing e de assessoria de imprensa. Hoje, esses campos parecem estar misturados, mas, na verdade, o RP faz uma interface com eles. Devemos transitar e ter contato direto com o setor administrativo, o RH e todos os segmentos de uma organização. É isso que garante subsídios para trabalharmos bem a imagem do cliente.
Renata — Onde o RP pode atuar?
Flávio — Tanto em microempresas quanto em multinacionais de qualquer segmento. O RP tem formação organizacional, administrativa e política, e pode atuar onde há necessidade de comunicação — na rede hoteleira, no segmento industrial, nas áreas de turismo, de serviços e até na política. Em Brasília, pode-se atuar com parlamentares, lideranças e órgãos públicos. Aos poucos, os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário estão se conscientizando da importância dos RPs, disponibilizando vagas nos concursos para nossos profissionais.
Renata — É mais comum as agências de relações públicas serem contratadas pelas empresas privadas do que as organizações montarem sua própria equipe de RPs?
Flávio — Sem dúvida. No contexto econômico dos últimos anos, cujo quadro de pessoal é sempre enxuto, a operacionalização do trabalho geralmente é feita pelas agências. Algumas organizações têm equipes grandes e próprias, mas, ainda assim, como as agências se especializaram, são contratadas com frequência para trabalhos eventuais ou como terceirizadas para determinadas funções. Comunicação interna, relações governamentais, relacionamento com o cliente, solução de crises e publicação são áreas nas quais podemos atuar.
Renata — Qual é a área de atuação mais promissora?
Flávio — Vivemos um ótimo momento. No passado, nosso trabalho era feito por profissionais de outras áreas, mas o mercado percebeu que o RP estuda os relacionamentos a fundo e está valorizando essa habilidade cada dia mais. Podemos nos especializar dentro de um, dois ou mais segmentos da nossa profissão. Acho a comunicação interna muito atraente para quem está começando; a área de responsabilidade social e sustentabilidade também é. O recém-formado pode escolher uma e se aperfeiçoar. Ao longo da carreira, vai partindo para novos desafios. Sempre digo que o mais importante é não se limitar, não perder a visão global e estratégica que o RP deve ter.
Renata — Com os grandes eventos esportivos que o país sediará nos próximos anos, o RP pode ter mais oportunidades?
Flávio — O nicho esportivo é fantástico. A Copa do Mundo de futebol trará boas oportunidades. Não apenas pelos jogos, mas pelo próprio clima e planejamento que o evento envolve, assim como as Olimpíadas.
Renata — Que tipo de complemento pode contribuir para a formação de estudantes e de profissionais que já estão no mercado?
Flávio — É fundamental buscar cursos complementares para aprimorar o conhecimento. Eu me especializei em pesquisa e auditoria de opinião, comunicação interna e administração de crises. Quando um cliente demanda outros serviços, chamo parceiros para atuarem comigo. O RP deve estudar sempre, mesmo que seja por conta própria. É importante investir em livros e conhecimentos gerais relacionados à comunicação. Especialização e MBAs são fundamentais para o bom profissional. Hoje, as empresas consideram esses títulos praticamente obrigatórios quando selecionam alguém.
Renata — Qual é o maior desafio dessa profissão atualmente?
Flávio — São muitos, mas o maior é acreditar no trabalho que podemos realizar. A maioria dos RPs ocupa níveis gerenciais. Para chegar mais longe, é preciso ter bagagem, estudar sempre e estar a par das mudanças do mundo, ou seja, estar atualizado.
Renata — Ainda existe o estigma de que o RP não é valorizado?
Flávio — Eu acho que não somos conhecidos. Muitos empresários não sabem o que fazemos. Quando precisam de um relações públicas, nem sempre sabem que existe um profissional que estudou e atua para fazer esse tipo de comunicação. O Conferp está trabalhando para que os RPs sejam mais reconhecidos.
Renata — O relações públicas precisou adquirir uma nova postura diante das recentes tecnologias que são usadas também pela comunicação?
Flávio — Sem dúvida. Na verdade, acho que ainda estamos aprendendo a lidar com as redes sociais. Elas trouxeram uma dinâmica impressionante, mas ainda estamos treinando usá-las de maneira eficaz. Jornalistas, assessores de imprensa e publicitários também estão aprendendo. Hoje, mais divulgamos informações do que cuidamos efetivamente da imagem do cliente por meio desse tipo de comunicação. Ainda há muito a se aprender com essa e outras tecnologias.
Renata — Você acredita que optou pela profissão certa?
Flávio — Sim. Não me arrependo. Fiz um bom estágio e procurei trabalhar com profissionais que eram referência no país. Fui assistente de dois RPs muito gabaritados no Brasil e isso me deu conhecimento e segurança para atuar em uma holding e em uma agência internacional antes de abrir minha própria empresa.
Renata — Quantos profissionais existem no país?
Flávio — Acredito que formados há mais de 50 mil. Registrados no Conferp existem cerca de 9 mil.
Renata — Você lançou um livro este ano. Do que se trata?
Flávio — No decorrer da minha carreira, contribuí com capítulos para algumas publicações e passei a ter o hábito de produzir artigos que foram publicados na internet. No livro Do Ponto de Vista de Relações Públicas – razões muito mais fortes para você atuar no ambiente da comunicação, conto a minha experiência como profissional, o que testemunhei nos últimos anos e como os fatos foram trabalhados pelos RPs. O livro aborda os principais acontecimentos desde 1990, como o início da globalização e a internacionalização dos mercados, a globalização da comunicação, as mudanças econômicas, políticas, as eleições no Brasil na era Lula, o ataque terrorista às Torres Gêmeas e muito mais.
Perfis
Nome
Renata Delmara
Idade
33 anos
O que faz
Cursa o último semestre de relações públicas na Faculdade Anhanguera. É bolsista do Programa Universidade para Todos (ProUni) e estagiária no Ministério Público Militar (MPM).
Nome
Flávio Schimidt
Idade
59 anos
O que faz
Formado em comunicação social com habilitação em relações públicas, atua há 26 anos na profissão. Trabalhou para grandes empresas nacionais e multinacionais, foi professor universitário e hoje é proprietário de uma agência/consultoria. Schimidt é presidente do Conselho Federal de Profissionais de Relações Públicas (Conferp).
sexta-feira, 28 de outubro de 2011
Guia de carreiras: relações públicas
Mídias sociais abriram mercado para os profissionais.
Função principal é construir boa imagem de determinada instituição.
Diferentes atuações
Apesar de ser comum encontrar jornalistas trabalhando como assessor de imprensa, Farias garante que esta é uma função originalmente do relações públicas. Enquanto o jornalista é habilitado para apurar fatos, transmiti-los e formar opinião, o relações públicas é direcionado para a instituição e tem a função de gerenciar a percepção da empresa, fazendo com que ela seja bem aceita interna e externamentre.
Ainda no campo da comunicação, a publicidade, de acordo com o professor, trabalha com uma visão promocional de um determinado produto ou serviço da organização e tem a missão de gerar desejo e consumo.
"No mercado brasileiro, às vezes, estas funções se misturam e se confudem. Nas últimas décadas, a área de jornalismo se aproximou muito das funções de relações públicas", afirma Farias.
Função principal é construir boa imagem de determinada instituição.
O profissional responsável por construir imagens e reputações não pode ignorar o poder das redes sociais. Twitter, facebook e outros canais de comunicação não convencionais ajudaram a expandir o mercado para os profissionais formados em relações públicas.
"O conceito das mídias sociais é um espaço que veio para ficar. Antes o Orkut era a grande moda, hoje está fora de linha e o facebook é a grande ferramente. Tudo isso vai passar, com certeza, mas a necessidade de dialogar nesses espaços veio para ficar", diz Luiz Alberto de Farias, professor e presidente da Associação Brasileira de Relações Públicas.
Para Farias, cada vez mais as empresas entenderam que além de ter um bom produto ou um bom serviço, é necessário ter um nome respeitado no mercado. “Por isso estes profissionais [formados em relações públicas] têm sido demandado de uma maneira bem significativa nos últimos tempos. Hoje estamos em um excelente momento. ”
Para poder atuar, o profissional precisa concluir a graduação de quatro anos que inclui base de disciplinas de ciências humanas e aulas práticas de fotografia, vídeo, planejamento, artes gráficas entre outras.
Farias lembra que para se dar bem na carreira há o mito de que o relações públicas deva ter fluidez, eloquência e facilidade para discursar em público. “Essas virtudes são boas para qualquer profissão, inclusive para relações públicas. Porém, a principal característica é a capacidade de gerenciamento de conflitos e de planejamento.”
Além da graduação, é fundamental que o profissional tenha domínio de idiomas como inglês e espanhol. Farias sugere que experiências em atividades comunitárias também podem ajudar a construir um currículo fora do convencional, além de fazer diferença durante a atuação no mercado, no momento de gerenciar uma crise, por exemplo.
Apesar de ser comum encontrar jornalistas trabalhando como assessor de imprensa, Farias garante que esta é uma função originalmente do relações públicas. Enquanto o jornalista é habilitado para apurar fatos, transmiti-los e formar opinião, o relações públicas é direcionado para a instituição e tem a função de gerenciar a percepção da empresa, fazendo com que ela seja bem aceita interna e externamentre.
Ainda no campo da comunicação, a publicidade, de acordo com o professor, trabalha com uma visão promocional de um determinado produto ou serviço da organização e tem a missão de gerar desejo e consumo.
"No mercado brasileiro, às vezes, estas funções se misturam e se confudem. Nas últimas décadas, a área de jornalismo se aproximou muito das funções de relações públicas", afirma Farias.
quinta-feira, 25 de agosto de 2011
quarta-feira, 24 de agosto de 2011
Salvador sedia Simpósio de Pesquisa em Tecnologias Digitais e Sociabilidade
O Grupo de Pesquisa em Interações, Tecnologias Digitais e Sociedade (GITS), da Universidade Federal da Bahia (UFBA), realiza, nos dias 13 e 14 de outubro de 2011, o SIMSOCIAL - Simpósio de Pesquisa em Tecnologias Digitais e Sociabilidade.
A programação principal do Simpósio, que traz como tema Mídias Sociais, Saberes e Representações, acontece na Faculdade de Comunicação da UFBA (Campus de Ondina). Estão confirmadas as presenças do pesquisador e professor da Universidade de São Paulo (USP), Massimo di Felice; da pesquisadora e professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Fernanda Bruno; e da professora e pesquisadora da Universidade Federal Fluminense (UFF), Simone de Sá.
segunda-feira, 22 de agosto de 2011
Teoria dos sistemas segundo Niklas Luhmann
A teoria dos sistemas sociais é a teoria que tem como objeto de estudo sistemas autopoiéticos sociais. Isso ocorre para definir a operação básica através da qual o processo autopoiético esse sistema dentro do seu meio. O principal fator em comum entre os sistemas sociais é o fato de que a sua operação básica é a comunicação. A comunicação é a única operação genuinamente social, e ela é autopoiética.
Sistemas sociais se formam autocalíticamente para reduzir a complexidade do mundo. A compelxidade interna do sistema possibilit através do uso de critérios de relevância a redução da complexidade do seu meio, oonde dados relevantes estão sendo selecionados. Esses dados estão sendo processados internamente de forma a gerarem várias alternativas de atuação. Isso faz necessária a seleção interna de uma alternativa de atuação frente ao meio do sistema.
Luhmann descreve a sociedade como sistema social que envolve a totalidade das comunicações. Sem comunicação não há sociedade, e fora da sociedade não há comunicação. Ele divide a comunicação em três partes: mensagem, informação e compreensão da diferença entre mensagem e informação.
A sociedade na teoria dos sistemas
Luhmann trabalhou sobre a teoria da sociedade, onde passou a elaborar a teoria do sistema social mais abrangente onde incluiu todos os sistemas sociais. Para Luhmanna sociedade é um sistema, ou seja, ela é vista através da distinção sistema/meio. Segundo MATHIS (), para Luhmann a teoria geral dos sistemas apresenta-se hoje como teoria dos sistemas auto-poiéticos, auto-referenciais e operacionalmente fechados.
Luhmann assimila em sua teoria as alterações que incidiram no nível da teoria geral dos sistemas. Uma das transformações principais foi à transferência do conceito aberto/fechado pelo conceito de autopoiesis. A autopoiesis acontece quando um sistema complexo reporta as suas informações e suas estruturas dentro de um processo completamente fechado com o ausílio dos seus elementos. Essa teoria é estendida para todos os sistemas em que se pode ressalvar um modo de operação característico e peculiar, que são os sistemas sociais e os psíquicos.
A teoria dos sistemas sociais é a teoria que tem como objeto de estudo sistemas autopoiéticos sociais. Isso ocorre para definir a operação básica através da qual o processo autopoiético esse sistema dentro do seu meio. O principal fator em comum entre os sistemas sociais é o fato de que a sua operação básica é a comunicação. A comunicação é a única operação genuinamente social, e ela é autopoiética.
Sistemas sociais se formam autocalíticamente para reduzir a complexidade do mundo. A complexidade interna do sistema possibilita através do uso de critérios de relevância a redução da complexidade do seu meio, oonde dados relevantes estão sendo selecionados. Esses dados estão sendo processados internamente de forma a gerarem várias alternativas de atuação. Isso faz necessária a seleção interna de uma alternativa de atuação frente ao meio do sistema.
A interpretação de sistemas sociais como sistema constitúido por sentido e como algo que ao mesmo tempo constitui sentido, expressa a mudança paradigmática na teoria geral dos sistemas, onde a distinção parte/todo foi ubstitúido pela diferença sistema/meio, e a distinção sistema aberto/sistema fechado cedeu lugar ao modelo da autopoiesis. Isso fica claro quando nos enfocamos a operações que usam e produzem sentido. São aquelas que permitem distinguir o sistema do meio ou distinguir entre auto-referência e hetero-referência.
Para MATHIS(), o ponto de partida da abordagem de Luhmann sobre a sociedade é a constatação de que cada tentativa de descrever a sociedade acontece dentro da sociedade. Sendo assim, teoria da sociedade como descrição da sociedade tem que incluir uma descrição da própria teoria, que é a base da descrição da sociedade. A descrição da sociedade é um fenômeno social e sendo assim, faz parte da sociedade. A sociedade é da sociedade. Esse componente auto-lógico em conjunto com a falta de metodologias adequadas para analisar sistema de alta complexidade é, na opinião de Luhmann, a razão da escassez de uma teoria da sociedade na sociologia comtemporânea.
Luhmann descreve a sociedade como sistema social que envolve a totalidade das comunicações. Sem comunicação não há sociedade, e fora da sociedade não há comunicação. Ele divide a comunicação em três partes: mensagem, informação e compreensão da diferença entre mensagem e informação.
A comunicação na sociedade produz denttro do seu processo evolutivo formas diferente de meio/forma, conforme o problema que a comunicação enfrenta. Meios de difusão aumentam o número dos destinatários de uma comunicação.
Em geral, o aumento da capacidade de difusão de informação lva a um aukmento dos endereços da comunicação, e cada vez fica mais aumenta a dificuldade para se saber o que motiva uma comunicação, para que, e quais as comunicações que estão sendo acceitas na sociedade. Uma saída para essa situação é a elaboração de um novo tipo de meio de comunicação: os meios de sucesso. Esses meios de comunicação conseguem juntar condicionamento e motivação. Eles estabelecem, na esfera da sua vigência, condições que aumentam a probabilidade da comunicação.
A evolução dos sistemas auto-poieticos significa que qualquer mudança nas estruturas do sistema tem que acontecer em consequência de operações internas do sistema. Isso modifica a antiga visão da evolução de que sistemas se adaptam ao seu meio. Pelo contrário o sistema tem que ser adaptado para poder evoluir. O meio somente tem a capacidade de perturbar o sistema que conforme suas estruturas percebe essa pertubação e modifica dentro da sua própria auto-poiesis as suas estruturas.
Cada diferenciação de um sistema, isto é a constituição da diferença sistema/meio dentro de um sistema, cria novos sistemas e novos meios dentro do sistema. A diferenciação de um sistema em subsistemas substitui na nova teoria dos sistemas a diferença partes/todo. O sistema se diferencia não em várias partes, mas sim em diversas diferenças sistema/meio. Para cda susistema se forma dentro do sistema original, meios diferentes, tendo como limites finais o limite do sistema original. A modificação de um subsistema se constitui assim sincronicamente como mudança de meio para vários outros subsistemas dentro do sistema original.
Na sociedade global, intrepretada como sistema mais amplo de comunicações, diferenciação do sistema significa também, diferenciação da comunicação. Os subsistemas se diferenciam através da elaboração de uma estrutura própria para sua comunicação, usando para isso aquisições específicas da evolução: meios de comunicação simbolicamente generalizados e códigos binários.
A introdução do código binário tem várias consequências para o sistema funcional. Através do código binário, o sistema consegue a duplicação do mundo, tudo que é colocado em um lado do código carrega consigo, o outro lado como possibilidade.
O código representa uma visão totalitária do mundo, que passa a ser observado, pelo sistema funcional somente através da diferença específica que o seu código estabelece. A visão do mundo de um sistema funcional é aquela que o seu código lhe permite ver. E como cada sistema funcional tem um código específico, cada sistema funcional tem sua versão específica do mundo, e consegue no máximo observar que existem no seu meio visões diferentes do mundo.
Um sistema pode ser chamado de complexo quando contém mais possibilidades do que pode realizar num dado momento. O sistema torna-se, então, complexo quando não consegue responder imediatamente a todas as relações entre os elementos, e nem todas as suas possibilidades podem realizar-se.
Todo o ambiente apresenta para o sistema inúmeras possibilidades. De cada uma delas surgem várias outras o que dá causa a um aumento de desordem e contingência. O sistema, então, seleciona apenas algumas possibilidades que lhe fazem sentido de acordo com a função que desempenha, tornando o ambiente menos complexo para ele. Se selecionasse todas els, não sobreviveria. Deve simplificar a complexidade para conseguir se manter no ambiente. Ao mesmo tempo em que a omplexidade do ambiente diminui, a sua aumenta internamente. Isso porque o número de possibilidades dentro dele passa a ser maior, podendo, inclusive, chegar a ponto de provocar sua autodiferenciação em subsistemas. Para dar conta da complexidade interna, o sistema se autodiferencia.
O sistema não tem uma estrutura imutável que enfrenta um ambiente complexo. É condição para esse enfrentamento que o próprio sistema transforma-se internamente, criando subsistemas, deixando de ser simples e tornando-se mais complexo, ou seja, evoluindo. Cada um desses subsistemas criados dentro do sistema tem o seu próprio entorno. A diferenciação do sistema não significa, portanto, a decomposição de um todo em partes, mas da diferenciação de diferenças sistema/entorno. Não existe um agente externo que o modifica, é ele mesmo que o faz para sobreviver no ambiente. Mas a evolução do sistema não ocorre de forma isolada, ela depende das irritações do ambiente. E, conforme a tolerância do sistema, as irritações podem levá-lo a mudar suas estruturas.
A evolução do sistema ocorre quando ele se autodiferencia e ainda quando há uma passagem de um tipo de diferenciação para outro.
Segundo KUNZLER (2004), para Luhmann a segmentação, a hierarquia, centro/periferia e a função são quatro formas pelas quais o sistema pode diferenciar-se, sendo que, conforme evolui, passa de sistema segmentado até chegar ao sistema funcional. Assim se deu com a passagem de uma sociedade segmentada, na antiguidade, para uma sociedade funcional, na modernidade.
A teoria sistêmica de Luhmann enfatiza os sistems autopoiéticos, ou seja, os sistemas vivos, psíquicos e sociais, sobretudo este último, uma vez que o intuito do autor foi o de elaborar uma teoria geral da sociedade.
Luhmann entende a comunicação como interna ao sistema social e, em última instância, á sociedade que é formada de todos os sistemas sociais. Entre o sistema e o ambiente não há comunicação. O sistema social operacionalmente fechado não recebe informação do ambiente, mas devido a esse fechamento pode abrir-se ao ambiente para observá-lo sem por em risco sua própria identificação. As pessoas não fazem parte da sociedade, elas situam-se no entorno. Apesar disso, a consciência é muito relevante para a comunicação, pois sem aquela não existe essa. O acoplamento estrutural serve de ponte entre as duas, acoplando os sistemas social e psiquico, superando o óbice de que tais sistemas operam de modo diverso.
Podemos concluir que Luhmann busca em sues estudos entender e classificar os sistemas sociais e suas ocorrências. Ele descreve a teoria dos sistemas sociais é a teoria que tem como objeto de estudo sistemas autopoiéticos sociais. Isso ocorre para definir a operação básica através da qual o processo autopoiético esse sistema dentro do seu meio. O principal fator em comum entre os sistemas sociais é o fato de que a sua operação básica é a comunicação. A comunicação é a única operação genuinamente social, e ela é autopoiética.
A evolução dos sistemas auto-poieticos significa que qualquer mudança nas estruturas do sistema tem que acontecer em consequência de operações internas do sistema. Isso modifica a antiga visão da evolução de que sistemas se adaptam ao seu meio. Pelo contrário o sistema tem que ser adaptado para poder evoluir. O meio somente tem a capacidade de perturbar o sistema que conforme suas estruturas percebe essa pertubação e modifica dentro da sua própria auto-poiesis as suas estruturas.
sábado, 6 de agosto de 2011
Dica de um ótimo texto
A literatura a conta gotas
Paulo Lima, do Balaio de Notícias
Muitos clássicos da literatura parecem intimidantes para a maior parte dos leitores atuais, e razões supostamente não faltariam para esse distanciamento. Em primeiro lugar, obras como Hamlet e 'Rei Lear', de Shakespeare, ou a 'Odisseia', de Homero, ou mais atuais, como o 'Ulysses', de Joyce, falariam de outros tempos, mundos tão distantes que parecem pertencer a outro planeta ou galáxia. Eles não mencionam as maravilhas da tecnologia, os avanços da ciência e todos os encantos triviais que nos fazem acreditar que vivemos no melhor momento da história. Esses clássicos soam como verdadeiros tratados, só acessíveis a especialistas e estudiosos.
Talvez nem seja preciso ir tão longe para citar outros clássicos da literatura vistos como desafios para os apressados e dispersivos leitores atuais. Na lista caberiam o 'Doutor Fausto', de Thomas Mann, 'O Som e a Fúria', de William Faulkner e 'O caminho de Swann', de Marcel Proust. São romances que surpreenderam com narrativas ousadas para sua época e, por isso, representam marcos na arte romanesca. Pedem leitores à altura de seus desafios estéticos.
Como trazer esses clássicos para os dias de hoje? A prestigiosa Penguin Books acenou com uma ideia. Num livro pequeno, porém de título longo, a editora londrina propõe recontar os clássicos e outros romances contemporâneos por meio da linguagem do twitter. O livro 'Twitterature: the world´s greatest books in twenty tweets or less' (Twitteratura: os maiores livros do mundo em vinte tweets ou menos), da dupla Alexander Aciman e Emmett Rensin, ‘tuita’ romances de diferentes estilos e épocas, como 'Pé na estrada', de Jack Kerouac, 'Anna Karenina', de Tolstói, 'O velho e o mar', de Ernest Hemingway, 'O apanhador no campo de centeio', de Salinger, 'A metamorfose', de Kafka, além dos já mencionados nos primeiros parágrafos deste texto.
Aciman&Rensin expõem suas razões para apostar no twitter como o caminho para aproximar leitores dessas e outras obras, listadas ao sabor de suas escolhas pessoais, sem explicarem os critérios: “É uma tragédia que tantas pessoas modernas achem as grandes obras inacessíveis, esmagadoras e, talvez, até mesmo chatas. Não é defeito de caráter, nem ausência de alguma habilidade especial delas, que as fazem se comportar assim. Pelo contrário, esses grandes textos, eternos como devem ser, estão, em sua forma atual, ultrapassados. Quem, a não ser universitários, eremitas e discípulos de John Ludd, pode se aventurar neles esperando compreendê-los? Eis o que procuramos, com nossos humildes esforços, remediar.”
Talvez a palavra chave aí seja ‘remediar’. Será que resumir todas essas obras em 20 ‘tuitadas’ de 140 toques é o ‘remédio’? Tanto suor dos autores condensado em parca meia dúzia de palavras? Será que há um humor sutil na exposição de motivos da dupla? O charme e a riqueza dessas obras estão exatamente no desafio de percorrê-las, palavra a palavra, frase a frase, parágrafo a parágrafo, num corpo a corpo de descoberta e prazer. Não ‘queimando’ etapas para torná-las mais acessíveis.
Eis uma amostra da solução ‘tuitável’ que Aciman&Rensin acharam para o romance de Salinger, 'O apanhador no campo de centeio', na qual tentam emular a linguagem coloquial do autor:“Encrencado pela última vez. Estão me mandando embora da velha escola! Ainda não vi um diabo de um cavalo! (Risos)!” “Ainda cercado de mentirosos. Aposto que todos vocês também são mentirosos. Ugh.”“Acho que tenho câncer na boca. Eu os manterei atualizados.”
A graça reside em o leitor conhecer o original e, a partir daí, fazer suas comparações, sem deixar de exibir uma nesga de sorriso, já que o resultado é mais próximo do risível do que de uma real compreensão da obra. Funciona mais como uma versão hiperlight do romance, contada no formato twitter, do que qualquer outra coisa.
A seleção dos autores pretende-se democrática e atemporal. “Tuitados” estão os romances 'Lolita, de Vladimir Nabokov, 'The crying of lot 49', de Thomas Pynchon, 'Moby Dick', de Herman Melville, 'O grande Gatsby', de Scott Fitzgerald e 'O código Da Vinci', de Dan Brown, assim condensado pelos autores: “Indo para Paris! Um homem está morto e a polícia sabe que só meus conhecimentos superhumanos de criptologia podem resolver isto.”
A partir desses exemplos de ‘twitteratura’, podemos nos sentir tentados a exercitar nossa capacidade de síntese em 140 toques e imaginar algumas joias da produção romanesca nos últimos dez anos. Podemos pensar em 'Desonra', de Coetzee, 'Os detetives Selvagens', de Bolaño e 'Reparação', de Ian McEwan. Ou trabalhar a ideia a partir de nossos próprios cânones. Memórias póstumas de 'Brás Cubas', de Machado de Assis, pode ser um começo e tanto.
Seja que tipo de livro for, não importa estilo, época ou lugar que represente na história da literatura, tudo não passaria de um exercício de síntese. É como jogar xadrez com as palavras, só que mais divertido. Ou pensar a narrativa literária a conta gotas, cuidando para atingir a medida exata. Soa OK como treino para cortar excessos e gorduras indesejadas, mas poderá valer como regra ou tendência para a literatura? Logo a literatura, cuja regra essencial é não aceitar regras.
Vou tentar concluir em até 140 toques, lá vai: a ‘twitteratura’ está mais para ‘twitter’ do que para ‘literatura’. Mais para a linguagem da publicidade do que para a poesia.
É, consegui.
Paulo Lima é colunista de Plurale e editor da revista virtual Balaio de Notícias.
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